quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Que outros já o fizeram eu bem sei. Mas eu também hei de cantá-la!

LAPA - Lapa do amanhecer tão bonito. Em nenhum outro lugar uma Rua da Aurora seria tão bem posta. Lapa do burburinho, é aqui qua a "coisa" borbulha. Lapa do mendigo podre e da madame cheirosa. Cubículos tão singulares que nem cabe porta. A Lapa é romântica com seu bondinho a atravessar o aqueduto. Mas é também belicosa com seu exército de passa-pra-trás. 7 horas da manhã, briga na rua, o furdúncio anuncia: Lá vem confusão brava. De um momento pro outro todos da birosca tão saindo no tapa. Briga feia. São putas, playboys, motoristas de táxi, bêbados, dançarinos de forró, garçons, senhoras, pederastas, travestis, traficantes, dono do bar. Até que chega o que faltava pra completar a plêiade ... a polícia.
 Lapa é isso aí, e muito mais. Passa meia hora e a cidade já impõe suas buzinas e tráfegos.  Agora é outra Lapa, que rala, rala mas não se machuca á toa. Lapa guerreira. Que atende a todo centro da cidade. Um bando de garças passa nop céu e lá vem os primeiros pingos de chuva. Pronto, taí a Lapa primaveril da cachoeira lá de casa. Lapa quanto "elan"!





Concisão e eficácia: LEIAM.

"LIVROS NÃO MUDAM O MUNDO. LIVROS MUDAM AS PESSOAS. O QUE MUDA O MUNDO SÃO AS PESSOAS"   Mario Quintana

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

RODA RIO DE CHORO em Rio das Ostras

O choro nosso de cada dia...





“O choro resistiu a epidemias, pragas, duas guerras mundiais, golpes militares, desprezo de todos os governos, pouco caso das gravadoras, resiste ao massacrante processo de idiotização musical imposto pela globalização do lixo cultural internacional, e vai resistir a tudo. O seu desenvolvimento é permanente e independente de valores impostos. o choro tem seus próprios parâmetros. Quem o conhece na intimidade não se impressiona com vanguardismos pueris e nem se sente pressionado por uma suposta necessidade de adaptação ao som da moda.”(Mauricio Carrilho)

Temos espaços abertos em todos os lugares, basta querermos, o choro e a música brasileira tem esse poder. Temos o dever de propagar a nossa genuína cultura. “Isso verdadeiramente é manifestação da arte”, disse uma amiga que presenciou a roda rio de choro, ficamos gratos pela presença de todos. esse programa resgata a essência da musicalidade brasileira. O objetivo desse manifesto é simples: Difundir e promover o choro na nossa Rio das Ostras e região.



Roda de samba e choro é uma manifestação cultural brasileira que nos possibilita aprender e ensinar. Na roda, temos total liberdade, podemos arriscar umas notas, jogar fora outras. Podemos até mesmo errar. a roda fomenta desafios, provoca situações engraçadas, improvisos, variações e claro, muita diversão.



O lugar escolhido foi pela beleza que ele nos proporciona, com a visão do maravilhoso mar, e sempre iluminado pelo pôr do sol refletido nas águas que beijam a orla.


                                                                                                                      Roda do dia 7 de fevereiro de 2010

                                                                                        
Agora... só falta a sua visita na roda rio de choro...

(Zé Gotinha)





Aos músicos de samba, choro, bossa nova, mÚsica brasileira... Venha participar com seus instrumentos... Essa integração é fundamental para difusão da roda.



A próxima roda é dia 21 de fevereiro a partir das 17 horas no quiosque de dona Maria na Praça São Pedro na praia do centro.

                                     Fim de tarde mais recente e samba rolando solto na Roda
                                                    - dia 7 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Casa da Cachaça, nossa casa... Uma história da Lapa

 Fui morar na Lapa em 2002, ali na Av. Gomes Freire 788 - 910, Edificio Gomes Freire. Bem no ponto pra Santa Tereza. Porém frequento aquele quadrilátero desde 1998. Fui algumas vezes na roda do Lavradio 100 ás quartas feiras, lá que conheci Paulão 7 cordas, Camunguelo, Galloti, Luis Felipe, Walter Alfaiate, Ronaldo, Wilson Moreira, A tuirma do Dobrando a esquina, Rubinho Jacobina, Moacir Luz... Estudei nos primeiros anos da Oficina de Choro na UFRJ com Mauricio Carrilho, Luciana Rabello, Pedro Amorim, Jorginho do Pandeiro, Altamiro Carrilho, Álvaro Carrilho, Celsinho, Rui Alvim, Paulo e Pedro Aragão ... Conheci e toquei no finalzinho do Arco da Velha, embaixo dos arcos. Vi o Semente abrir, o Carioca da gema, o renascer do Clube dos Democráticos, vi o carnaval de rua esquentar e melhorar a cada ano, Fui nas rodas que sempre rolavam no Sobrenatural, Frequentei muito a roda de terça-feira do Bip Bip, só não peguei o tempo de Mandrake em botafogo, mas vi toda transformação da Lapa no que ela é hoje.
             Agora nada me foi tão fascinante como conhecer "Seu Osvaldo" e sua Casa da Cachaça.
 Foi um achado. Um delírio. Uma fantasia. A Casa da Cachaça é a primeira vendinha do centro do Rio de Janeiro a usar esse nome e ter uma dedicação tão nobre. Vender cachaça Boa. É um buraquinho na Mem de sá, escondido ali no Largo do Bonde(hoje chamado Praça João Pessoa, fica entre a Mem de Sá e a AV. Gomes Freire). Ponto famoso por ser ponto final de bondes esse espaço tem mil histórias que aos poucos vou contar aqui. Agora a descoberta daquele Oásis Mineiro ali embaixo de casa mudou tudo. Foi um aprendizado, um sorver de conhecimentos, de estórias causos e muita cana, lógico. Foram muitas provas, muitas manhãs, tardes e noites aprendendo com o povo da "Casa".



Abril de 2010 - 2 anos do Coletivo Só Pra Moer

 O Coletivo Só Pra Moer desde sua criação trabalha incasávelmente para divulgar o Choro e todo repertório brasileiro com seus compositores, danças formadoras, estórias e história.
 Sem preconceito algum, durante esta curta mas significativa trajetória tocamos e contamos essa história em Teatros, Feiras, Igrejas, Festivais de Verão, Festivais Culturais, Semana Médica, Restaurantes, Coretos, butiquins, Radios, Tv's, Universidades, na praia, na Praça, aniversários, festas/confraternização, escolas, festas santas, reuniões familiares, shoppings... Temos sempre a alegria imensa de ver as crianças da mais tenra idade totalmente rendidas ao Choro, vidradas, apaixonadas ao ponto de carregarem, puxarem pelos braços seus pais pra vim ver de perto que som é aquele que aqueles meninos tão fazendo. Não há alegria maior que ver um bebê que nem sabe ficar de pé direito e quando se equilibra já balança com a Polca ou o Maxixe.
                                                                                          


 

FOTOS PELA ORDEM: Apresentação na Associação médica de Macaé em fins de 2008; Noite de Choro e Samba na Casa da Praia em inicio de 2009; Teatro Municipal de Macaé Abertura do concerto de 135 anos da Nova Aurora (Julho de 2008); Fest verão Macaé 2009; Detalhe de bebê atento na Roda Rio de Choro; Fest verão cultural - Lagoa de 'mboá ssica carnaval 2009; Roda Rio de Choro a beira Mar em RDO e Coletivo Só Pra Moer na Chopperia Papo Furado no Plaza Shopping Macaé

Nesses dois anos incompletos tivemos parceiros que vieram e foram, companheiros de sonho e som como Paulinho Athaíde que foi fisgado por Nilze Carvalho e foi na onda. Thaís Macedo que está cada vez mais solo e tá voando bonito por aí. Temos Adelson que não sabe se vem ou se fica. e agora temos o mais novo integrante: Bruno Py(Baixo e Contrabaixo).

    
Formação completa mais recente tocando em Agosto de 2009 na Universidade Pública em Macaé:
Bruno Py, Jansen, Rubinho,
Samuel Daher, Zé Gotinha e Helinho.

Estamos num momento de gestação de novos projetos e queremos por na rua alguma coisa agora em abril de 2010. Aguardem. Vem coisa boa aí.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Coletivo Só Pra Moer

Em fins de abril de 2008, como diz o guru, "o milagre do metabólico sensorial" fez reunir 6 musicos em torno de um repertório belíssimo de composições de Mauricio Carrilho, Pixinguinha, Benedicto Lacerda, Jacob do Bandolim, Ernesto Nazareth, Anacleto, Mesquita, Callado, Viriato... Flauta, Sax-alto, Trombone, Violão, Pandeiro e Cavaquinho. Éramos Eu(Rubinho) no violão, Luis Felipe(Zé Gotinha) na Flauta, Helio Rodrigues(Helinho) no Trombone, Samuel Daher(Samuca) no Sax-alto, Jansen Queiroz no Pandeiro e Voz e Paulinho Athaíde no Cavaco. Firmamos o grupo, criamos o Coletivo Só Pra Moer.

Coletivo porque? Bem "coletivo" é simplesmente um termo que significa a união de individuos de uma mesma espécie em torno de um mesmo objetivo.
E tem mais, sermos um "coletivo" abre um campo pra nós infindável. Podemos trabalhar com diferentes formações, com todos elementos do coletivo ou não, podemos trabalhar a expressão solo de cada membro do coletivo acompanhado pelo coletivo e com a força de todos, podemos atuar como um coletivo de produção, um coletivo de criação de trilha musical pra teatro, cinema... Podemos e devemos tanta coisa que 24 horas tá sendo pouco por dia.

Explicado o porquê do termo "Coletivo". Agora vamos ao Só Pra Moer.  

Quando nos reunimos o repertório de polcas e maxixes logo se evidenciou e começamos a discutir um nome que tivesse intimamente ligado a nossa região, ao choro, a tudo que estávamos começando a fazer juntos. Foi aí que propus fazermos uma homenagem a Viriato, o flautista considerado um dos pais do Choro no Brasil.




Viriato nasceu em Macaé em 1851. Filho de pais escravos, da primeira geração que nasceu sob a lei do ventre livre.  Tornou-se flautista e marcou o século XIX na Imperial cidade do Rio de Janeiro. Um virtuose, Compositor inspirado, amado pela massa, criador de "choratas" célebres com Callado, Chiquinha, Juca Valle, Mesquita... E Viriato tem uma polca que é considerada uma das musicas mais belas do repertório do choro, a primeira polca em tom menor da história do gênero. O nome dela? Só Para Moer. Então fomos atrás de uns manuscritos que tenho copiado do acervo fabuloso de Mauricio Carrilho e Anna Paes e achamos o manuscrito com o titulo "Só Pra Moer". Podia ser até uma daquelas cópias que o copista não prestou bem atenção ao título e tascou a parceria. Erro mesmo, como tem valsas grafadas em manuscritos muito antigos como: Valça. Mas gostamos demais da expressão "Só Pra Moer".

      

    
Assim nasceu o COLETIVO SÓ PRA MOER. União de talentos, homenagem e profundo respeito a Viriato, preocupação com nossa memória regional e muita vontade de fazer a diferença.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Finalizando o inicio dessa história ...

A Roda Rio de Choro e Samba reuni em sua volta uma turma que estava orfã de uma atividade gostosa como essa na beira de uma praia linda, á sombra d'uma amendoeira, com espaço de sobra pra se movimentar, dançar, andar de skate, pra criançada correr, com musicas belissimas e que moram em nossa alma, e mais, tudo isso na rua, ou melhor na praça, a céu aberto, livre e franco. É o momento que nós musicos temos pra colocar o milagre do metabólico sensorial pra fora totalmente desnudo "in loco" que é como a gente quer, sente e acha mais bonito. Apesar de termos conseguido, e muito, fazer esse "streap-tease da nossa alma musical" com muito sucesso em todos os palcos por aí!!! Inclusive vamos preparar uma apresentação especial pro teatro que será outro ambiente que passaremos a habitar mais. 

Primeira Roda Rio de Choro - 05 de abril de 2009


Recebemos muitas visitas de figuras folclóricas, musicos renomados, poetas, gente de todo canto do mundo!!! Lembro-me do negão pagodeiro que pegou o microfone e fez maior farofa, do gaitista bebado, dos desafinados, brigando pelo microfone, de muitos talentos envergonhados e outros já nem tanto. Visitas de Benzê, os meninos do palafita que assim como banana e Robert apareceram só uma vez. O Sanfoneira da "Hóstia sagrada". Sei dizer pra vocês que tá uma delícia. Convido a todos!!! A próxima é dia 7 de fevereiro ás 17 horas.


Fim de tarde, musica, dança, paquera e visual


Rubinho e Zé Gotinha

         
Thaís, Jansen e Roda